Thursday, January 15, 2009

Cantigas de embalar

À falta de foto do nosso exército, aqui vai esta. Vai dar ao mesmo...

(foto daqui)

Um belo momento de poesia, coisa rara no cardápio das minhas preferências, um conjunto de versos cantados pelos pequenitos do exercito português ao senhor que chefia o nosso governo, uma brilhante actuação que teve lugar no principio do ano e que me levou às lágrimas, lágrimas salgadas que dançaram nos meus olhos esbugalhados, enfim, um momento complicado e difícil para a minha masculinidade, incapaz que fui de reprimir a minha faceta sensível, aquela que escondo por detrás desta minha cara trombuda:
Viva o nosso primeiro-ministro,Viva o nosso dirigente Seja sempre iluminado Pela estrela mais fulgente Temos todo o desejo Não o podemos negar Cantar para o ano as janeiras Outra vez neste lugar

Os que não forem socialistas, quando pararem de rebolar, quando tirarem a esfregona dos olhos, limparem toda a água que caiu no chão e quando voltarem a portar-se como pessoas adultas, façam o favor de parar de ler e vão mas é tratar de coisas sérias.

Socialistas, entre nós, agora que não está cá mais ninguém, vá lá…confessem…até vocês coraram de vergonha, não foi? Não? Mentirosos!

Aposto que, nostalgicamente, o vosso pensamento associou logo esta magnifica ode a outros grandes líderes, passados e presentes, também eles iluminados dirigentes, altamente cantados e adorados pelos seus povos, dos chineses aos norte-coreanos, dos cubanos, bolivianos, venezuelanos e pelos que ainda restam no Zimbabwe. É, a mim também me passou logo pela mona essa feliz associação.

Eu que não sou nada dado a grandes emoções, arrepiei-me todo, fiquei com pele de galinha, coisa que é muito raro acontecer-me, só me dá isto quando há uma grande baixa de impostos, quando o vinho que tenho no copo não presta ou quando o meu clube não ganha o campeonato.

Mas pronto, não fiquem assim…afinal de contas, tendo em conta os resultados das múltiplas eleições livres e democráticas já realizadas e pelas sondagens actuais, a esmagadora maioria dos portugueses é sadomasoquista, adora a vossa ideologia, esteja o produto à venda com rótulo brando ou radical. Dizem as sondagens que, se somarmos os possíveis resultados de todos os partidos que publicitam a vossa ideologia, não devemos ficar longe dos oitenta por cento.

É assim a modos que um vício, a coisa está entranhada, agimos como sonâmbulos, há décadas que não passamos da cepa torta, empobrecemos alegremente mas, graças ao estado todo poderoso e à cumplicidade dos órgãos de comunicação social e dos seus lacaios funcionários do regime, insistimos na asneira receita. É a vida!

Artistas Portugueses


Titulo Um (actual mas já requentado): dois funcionários do banco estatal e governamental – a CGD – reformados por invalidez naquela instituição, estão a trabalhar noutras instituições financeiras, acumulando a respectiva reforma com o salário.
Titulo dois (Maio 2005): O ministro das finanças Campos e Cunha recusou pressões de José Sócrates para substituir a administração da CGD alegando que o mandato de quatro anos seria para levar até ao fim. Isto porque a administração indicada pelo Executivo de Santana Lopes tinha tomado posse há menos de um ano, em Outubro de 2004.
Titulo três (Junho 2005): Luis Campos e Cunha, ministro das finanças, acumula reforma com ordenado do governo mas salienta que é legítimo e legal – por ter sido vice-governador do Banco de Portugal durante apenas 6 anos, conseguiu, aos 49 anos de idade, obter uma pensão desta instituição no valor de 114 784,00 Euros anuais (cerca de 8.000,00 Euros mensais).
Titulo quatro (Julho 2005): Campos e Cunha esgotado deixa a pasta das Finanças depois de ter entrado, dentro do Governo, num braço-de-ferro com os ministros da Economia e das Obras Públicas (ambos muito influentes junto do primeiro-ministro).
Titulo cinco (Agosto de 2005): o novo ministro das finanças do governo socialista substituiu o presidente do banco público, Vítor Martins (figura respeitada e secretário de Estado dos Assuntos Europeus de Cavaco Silva), por este, alegadamente, recusar financiar os grandes projectos públicos, nomeando para o cargo Carlos dos Santos Ferreira, tido como um homem próximo do socialista António Guterres.
Titulo seis (Agosto de 2005): o socialista Vara foi nomeado pelo novo ministro das Finanças do governo socialista, para administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Nota um: é após os acontecimentos dos títulos cinco e seis e a consequente despromoção a simples directores que se detectam os primeiros sinais das doenças que hão-de, alegadamente, provocar a invalidez relatada no título um;
Nota dois: um dos inválidos é administrador da SLN (a do BPN), eleito na lista de Miguel Cadilhe, antigo ministro de Cavaco Silva e o outro, a outra neste caso, é assessora do banco Santander, administradora na ECS (uma empresa de capital de risco) e numa construtora que pertence a um cidadão de Ansião, uma autarquia, desde sempre, totalmente laranja.
Nota três; com os inválidos saiu também Luis Alves Monteiro (secretário de estado da indústria dos governos sociais-democratas liderados por Cavaco Silva) nomeado por Santana Lopes.
A questão óbvia: que embrulhada do caneco, hem?
A resposta habitual: não não, tudo legal, tudo nos conformes!
O desabafo do reformado pacóvio, rotineiro e inofensivo: grandes *#/$%*..! A conclusão oficial e publicada: é a prova do falhanço das políticas neoliberais de direita que dominam o mundo e o país e que têm provocado o acentuar das desigualdades entre os portugueses e, simultaneamente, a prova da crescente necessidade da implementação de politicas verdadeiramente socialistas, através duma maior intervenção do estado e do aumento da regulação para evitar que casos futuros sejam publicitados na comunicação social e cheguem ao conhecimento dos reformados eleitores que, coitados, têm coisas bem mais interessantes para saber do que estas – olha, por exemplo, como ligar à internet os Magalhães distribuídos aos netos