Agora que já não tenho que me preocupar com nenhuma das competições mais importantes por onde andava o meu Fóculporto, vou dedicar-me à pesca do sável, da truta ou dos joaquinzinhos com arroz de tomate malandrinho.
Felizmente que para o ano há mais, pelo menos na nossa liga marcaremos presença, na outra, naquela que dá mais bagalhoça, na dos campeões, talvez daqui a um par de anos. Estas dietas também são boas para desenjoar…
Terminei esta época mais cedo e em beleza, honrado e até comovido com as dezenas de convites que, amigos e conhecidos, tiveram a gentileza de me enviar para um bailarico a ter lugar num clube manhoso, lá para a rua do arsenal numero 5, baile a que, infelizmente, não pude comparecer porque tendo tirado a minha vesícula no mês passado, foram-me desaconselhadas situações propiciadoras a abundante fabrico de bílis.
Resta-me pois recordar as proezas passadas, ir ao baú das velharias buscar umas quantas razões para ver se me sai o amargo da boca, felizmente, agora com a internet, estes passeios são bastante mais simples e mais frutuosos, alguma coisa acabamos sempre por encontrar.
Por acaso até foi fácil, só precisei de recuar até ao mês de Agosto do ano passado para encontrar uma coisinha com aquele sabor a vingança, uma prova – mais uma – de que o chefe do governo é um verdadeiro vendedor da banha da cobra, um animal feroz capaz de rivalizar com os roucos feirantes que, por cem escudos, vendem não um, não dois, não três, mas quatro cobertores espectaculares para tirar o frio à sogra e ainda juntam uma toalha de renda novinha em folha e um napperon em plástico, em forma de losango, a base ideal para aquele cesto que tem lá dentro a banana, o ananás e a maçã artificiais e que decora a mesa da minha cozinha.
O objecto do crime é o vídeo com o debate entre dois grandes cromos socialistas da nossa praça politica – o Zezito e o tele evangelista frei Anacleto Louçã – durante as ultimas eleições legislativas, no tempo em que o nosso défice ainda andava pelos cinco por cento.
No debate, que na altura eu não vi, foi descrito como tendo sido uma coça monumental – à arsenal! – dada pelo chefe do governo (representante do socialismo moderado) ao pregador bloquista (representante do socialismo mais radical). Coisa rara e nunca vista, um habilidoso orador como o Anacleto a levar uma tareia num debate televisivo, até a generalidade da imprensa assim o descreveu o que, conhecido o amor que os jornalistas nutrem pelo pregador, foi obra.
O socialista moderado, em campanha de caça ao voto, atirou-se às propostas do bloco de esquerda, acusando-os de “guardarem como um segredo muito bem guardado as propostas para a politica fiscal”, e pedindo ao pregador que lhe “explicasse porque é que queriam eliminar todas as deduções fiscais com a saúde e educação e com os ppr’s já que, “estas pessoas que fazem estas deduções não são ricos, é a classe média e isso conduziria a um aumento fiscal brutal da classe média”.
Terminada a campanha e já empossado como chefe do governo, o socialista moderado, ao apresentar o PEC – a nossa nova via sacra – jurou pelas alminhas que não havia nenhum aumento de impostos apesar de ter aplicado a tal politica fiscal que os outros andavam a guardar muito em segredo e acabando exactamente com as tais deduções que, se tivessem sido eliminadas pelos bloquistas (os socialistas radicais) conduziriam a um aumento fiscal brutal da classe média.
Que raio de nome se dá a tipos assim, hein?...
Felizmente que para o ano há mais, pelo menos na nossa liga marcaremos presença, na outra, naquela que dá mais bagalhoça, na dos campeões, talvez daqui a um par de anos. Estas dietas também são boas para desenjoar…
Terminei esta época mais cedo e em beleza, honrado e até comovido com as dezenas de convites que, amigos e conhecidos, tiveram a gentileza de me enviar para um bailarico a ter lugar num clube manhoso, lá para a rua do arsenal numero 5, baile a que, infelizmente, não pude comparecer porque tendo tirado a minha vesícula no mês passado, foram-me desaconselhadas situações propiciadoras a abundante fabrico de bílis.
Resta-me pois recordar as proezas passadas, ir ao baú das velharias buscar umas quantas razões para ver se me sai o amargo da boca, felizmente, agora com a internet, estes passeios são bastante mais simples e mais frutuosos, alguma coisa acabamos sempre por encontrar.
Por acaso até foi fácil, só precisei de recuar até ao mês de Agosto do ano passado para encontrar uma coisinha com aquele sabor a vingança, uma prova – mais uma – de que o chefe do governo é um verdadeiro vendedor da banha da cobra, um animal feroz capaz de rivalizar com os roucos feirantes que, por cem escudos, vendem não um, não dois, não três, mas quatro cobertores espectaculares para tirar o frio à sogra e ainda juntam uma toalha de renda novinha em folha e um napperon em plástico, em forma de losango, a base ideal para aquele cesto que tem lá dentro a banana, o ananás e a maçã artificiais e que decora a mesa da minha cozinha.
O objecto do crime é o vídeo com o debate entre dois grandes cromos socialistas da nossa praça politica – o Zezito e o tele evangelista frei Anacleto Louçã – durante as ultimas eleições legislativas, no tempo em que o nosso défice ainda andava pelos cinco por cento.
No debate, que na altura eu não vi, foi descrito como tendo sido uma coça monumental – à arsenal! – dada pelo chefe do governo (representante do socialismo moderado) ao pregador bloquista (representante do socialismo mais radical). Coisa rara e nunca vista, um habilidoso orador como o Anacleto a levar uma tareia num debate televisivo, até a generalidade da imprensa assim o descreveu o que, conhecido o amor que os jornalistas nutrem pelo pregador, foi obra.
O socialista moderado, em campanha de caça ao voto, atirou-se às propostas do bloco de esquerda, acusando-os de “guardarem como um segredo muito bem guardado as propostas para a politica fiscal”, e pedindo ao pregador que lhe “explicasse porque é que queriam eliminar todas as deduções fiscais com a saúde e educação e com os ppr’s já que, “estas pessoas que fazem estas deduções não são ricos, é a classe média e isso conduziria a um aumento fiscal brutal da classe média”.
Terminada a campanha e já empossado como chefe do governo, o socialista moderado, ao apresentar o PEC – a nossa nova via sacra – jurou pelas alminhas que não havia nenhum aumento de impostos apesar de ter aplicado a tal politica fiscal que os outros andavam a guardar muito em segredo e acabando exactamente com as tais deduções que, se tivessem sido eliminadas pelos bloquistas (os socialistas radicais) conduziriam a um aumento fiscal brutal da classe média.
Que raio de nome se dá a tipos assim, hein?...