Vendo terreno na Ota, óptima localização, água a dar com um pau e muito sol quando não chove.
Por razões de índole particular, tenho muita urgência na transacção, vendo a um preço muito barato e dou, como bónus, um cromo do Eusébio devidamente assinado (por mim) e o álbum “ó tempo volta para trás”, em vinil e em razoável estado de conservação (as duas metades do disco, se bem coladas, ainda fazem uma circunferência completa).
Ou então troco-o por qualquer coisinha no deserto do outro lado do Tejo. O que for mais rápido.
Os meus amigos bem me avisaram, a Maria zangou-se, durante três segundos não abriu a boca, mas eu não lhes dei ouvidos, sou teimoso que nem o Sócrates, e enterrei-me que nem um nabo naqueles doze metros quadrados, na esperança de que lá calhasse um balcão de “check-in” do (prometido) novo aeroporto ou, no mínimo, um WC para homens (se fosse um para mulheres não precisava de tanta terra, os delas são sempre mais pequenos, basta ver as bichas que elas fazem sempre que querem... vocês sabem... não é preciso fazer nenhum desenho, pois não?).
Eu devia ter desconfiado quando houve aquela algazarra toda com o diploma do nosso primeiro e foi publicada a cópia do seu exame escrito final da cadeira de inglês técnico; devia ter ficado em alerta vermelho quando o ouvi a falar em inglês na visita à Casa Branca e durante a presidência portuguesa. Além de crente e distraído, também nunca me passou pela cabeça que o ministro das obras públicas tivesse o mesmo grau de problemas, problemas de pronúncia, no francês. E estes erros de interpretação, pagam-se caros!
Se eu tivesse sido o único a interpretar mal o que o homem disse a propósito de “jamé, jamé, jamé” construir um aeroporto no deserto que é o lado sul do Tejo estaria a sentir-me pior do que estou; estou, felizmente, acompanhado por milhões de portugueses que pensaram que ele estava a dizer que construir o novo aeroporto do outro lado “nunca, nunca, nunca”.
Como estávamos todos enganados e que burro que eu sou! O homem quis dizer foi que “aeroporto do outro lado, no deserto, jémé, jémé, jémé” ou em francês de poesia “j´aimais, j´amais, j´aimais”.
Uma fonte que ainda fuma, próxima de mim e dos corredores do governo e que não se quis identificar por questões de saúde, contactou-me no sentido de me informar que a expressão em francês utilizada pelo senhor ministro e a sua posterior interpretação publicas tinham sido propositadamente encriptadas, a pedido do senhor Almeida Santos, para que os terroristas não ficassem a saber a verdadeira localização da nova infra-estrutura e da ponte que a vai ligar à capital, caso contrário correr-se-ia o risco de atentado.
Agora percebo porque é que o senhor ministro ainda lá está. Aposto que o senhor governador do banco de Portugal também deve ter alguma explicação deste género para explicar a sua distracção e, aparente, incompetência.
Por razões de índole particular, tenho muita urgência na transacção, vendo a um preço muito barato e dou, como bónus, um cromo do Eusébio devidamente assinado (por mim) e o álbum “ó tempo volta para trás”, em vinil e em razoável estado de conservação (as duas metades do disco, se bem coladas, ainda fazem uma circunferência completa).
Ou então troco-o por qualquer coisinha no deserto do outro lado do Tejo. O que for mais rápido.
Os meus amigos bem me avisaram, a Maria zangou-se, durante três segundos não abriu a boca, mas eu não lhes dei ouvidos, sou teimoso que nem o Sócrates, e enterrei-me que nem um nabo naqueles doze metros quadrados, na esperança de que lá calhasse um balcão de “check-in” do (prometido) novo aeroporto ou, no mínimo, um WC para homens (se fosse um para mulheres não precisava de tanta terra, os delas são sempre mais pequenos, basta ver as bichas que elas fazem sempre que querem... vocês sabem... não é preciso fazer nenhum desenho, pois não?).
Eu devia ter desconfiado quando houve aquela algazarra toda com o diploma do nosso primeiro e foi publicada a cópia do seu exame escrito final da cadeira de inglês técnico; devia ter ficado em alerta vermelho quando o ouvi a falar em inglês na visita à Casa Branca e durante a presidência portuguesa. Além de crente e distraído, também nunca me passou pela cabeça que o ministro das obras públicas tivesse o mesmo grau de problemas, problemas de pronúncia, no francês. E estes erros de interpretação, pagam-se caros!
Se eu tivesse sido o único a interpretar mal o que o homem disse a propósito de “jamé, jamé, jamé” construir um aeroporto no deserto que é o lado sul do Tejo estaria a sentir-me pior do que estou; estou, felizmente, acompanhado por milhões de portugueses que pensaram que ele estava a dizer que construir o novo aeroporto do outro lado “nunca, nunca, nunca”.
Como estávamos todos enganados e que burro que eu sou! O homem quis dizer foi que “aeroporto do outro lado, no deserto, jémé, jémé, jémé” ou em francês de poesia “j´aimais, j´amais, j´aimais”.
Uma fonte que ainda fuma, próxima de mim e dos corredores do governo e que não se quis identificar por questões de saúde, contactou-me no sentido de me informar que a expressão em francês utilizada pelo senhor ministro e a sua posterior interpretação publicas tinham sido propositadamente encriptadas, a pedido do senhor Almeida Santos, para que os terroristas não ficassem a saber a verdadeira localização da nova infra-estrutura e da ponte que a vai ligar à capital, caso contrário correr-se-ia o risco de atentado.
Agora percebo porque é que o senhor ministro ainda lá está. Aposto que o senhor governador do banco de Portugal também deve ter alguma explicação deste género para explicar a sua distracção e, aparente, incompetência.