Monday, January 21, 2008
Hábitos
Então, o fim do ano, foi bom? Portaram-se bem e entraram no novo ano com o pé esquerdo bem levantado, comeram, sem se engasgar, as doze passas ao som das doze badaladas do sino que tocava na televisão mais próxima e juraram que – desta vez é que é – vão mesmo ser melhores, mais perfeitos, mais gordos e mais bonitos? Lindos meninos e lindas meninas! Sim senhor!
É, eu também sou assim, também minto muito! Das milhares de promessas e desejos que faço e peço em todas as passagens de ano enquanto espero que o gongo pare de me azucrinar os tímpanos para eu poder ir à minha vida e emborcar a minha primeira taça de champanhe do novo ano, só duas é que verdadeiramente têm uma taxa de sucesso bastante razoável, quase com tanto sucesso – modéstia à parte – como as reformas do estado e da administração publica feitas pelo nosso governo: vou acordando vivo, inteiro e sem mazelas graves como desejo e vou progressiva, mas firmemente, a caminho da perfeição na preguiça como prometo. Quanto ao resto, népia!
Prometi acabar com algumas rotinas e alguns hábitos de longa data. Um deles, a conselho do meu fisioterapeuta, é deixar de dar o pontapé diário na minha Maria mal acordo. Ela grita, portanto também está viva e eu fico logo mais relaxado! Diz ele, o fisioterapeuta, que a nódoa negra e a dor no dedo grande do meu pé esquerdo terão tendência a desaparecer. Vou experimentar, é bem capaz de ser verdade porque, quando aqui há tempos ela se refugiou num hospital para poli traumatizados durante duas semanas, eu melhorei bastante, já não tinha dores e até consegui andar o dia todo com os sapatos novos calçados sem andar torto.
Ele prometeu-me que ia investigar e ver se descobria outras formas de eu me certificar que a Maria acordava viva sem necessidade de me aleijar tanto. Não acredito que haja, mas enfim, não lho quis dizer logo porque, como um bom candidato, preciso dele e não quero ser frontal, não vá ele pensar que eu não o tenho em boa conta.
Porém, não quero elevar muito as expectativas da Maria porque depois, se não conseguir cumprir a minha promessa, vou ficar muito desapontado, arrisco-me a ficar tão deprimido como aqueles senhores que pensavam que viviam num regime de economia livre de mercado e acabaram recentemente atropelados pelo rolo compressor do estado empresa socialista, a propósito da oferta publica de aquisição do BCP.
Na sua coluna dominical no Público, a que deu o nome de “PS, SA”, o professor António Barreto, que os conhece de ginjeira, escreveu: “A sua penetração no mundo do dinheiro tem vindo a crescer, no que está a seguir a via inaugurada pelo PSD. Como é evidente, tal actuação é formalmente apresentada como uma prerrogativa do Governo, um dever cumprido no interesse nacional. Acreditemos ou não nessa versão, a verdade é que o PS está hoje directamente envolvido, através dos seus amigos, antigos dirigentes, filiados, sócios, simpatizantes e antigos governantes, em vários sectores da economia, banca, dos petróleos, da televisão, das telecomunicações, das redes de electricidade e gás e outros”.
Mas a quem é que eu quero enganar com os desejos que formulo e com as promessas de mudança a que me proponho a cada ano que começa? Um bom 2008 para vocês também!
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