AO (Antes de Obama)
DO (Depois de Obama)
Depois duma boa refeição, especialmente depois dum bom jantar, neste caso dum muito bem regado bacalhau com grão, mais ou menos como a condessa do “ó Ambrósio, pá, quero algo!”, apetece-me, muitas vezes, uma dose ou duas de serviço público de televisão, é o tipo de digestivo que normalmente estimula a minha digestão e o soporífero ideal para tomar quando o álcool anda à solta por tudo quanto é veia e artéria deste meu corpo de adolescente, precocemente envelhecido.
Foi este vício, atiçado pelo Meio Queijo e pelo destino, que me deu o privilégio de assistir a parte do novo programa do vosso muito querido e excelentíssimo senhor doutor Mário Soares, um programa cor-de-rosa, em que ele, de converseta com uns quantos convidados, percorre o roteiro dos paraísos socialistas que ainda existem no mundo e descreve os perigos que os seus corajosos príncipes encantados têm que enfrentar para os governarem em paz e sossego, mas com muitas propriedades.
O grande democrata eleito para a primeira converseta foi o camarada Hugo – el presidente ou simplesmente usted como o vosso querido ex-governante o tratou – o príncipe encantado da Venezuela, aquele que fala pelos cotovelos, grande amigo do nosso primeiro, “mi casa es su casa” dizia-lhe o nosso Zé há meses, o pintas sul-americano lá foi vendendo o seu peixe perante o olhar nostalgicamente embevecido do seu fã e interlocutor.
Não sei porquê, talvez por causa do tinto, mantive-me insensível, sem me impressionar nem convencer, para mim aquele peixe está impróprio para consumo e fora de prazo mas enfim, gostos não se discutem, cada um tem todo o direito a promover o que muito bem lhe apetece, só é chato que o faça usando dinheiro que não é, nem dele nem da sua fundação.
Como é para vender ilusões e sonhos esquerdistas a malta encolhe os ombros, pronto está bem, deixem lá os homens usarem a massa de todos nós para fazerem propaganda à vontade, ainda por cima aproveita-se e dá-se mais umas quantas traulitadas no Bush, aquele grande burro que é o causador de todos os males que assolam o nosso mundo, desde a eliminação da nossa selecção até ao escaravelho da batata.
Com a badalada, desejada e mais que anunciada vitória em Novembro próximo do candidato Barraca Hussein Abana, estes vendedores de ilusões vão ficar de ressaca, como eu próprio ficaria se me tirassem a minha dose de serviço público de televisão – vade retro Satanás! Temo até pela saúde deles, especialmente a dos simpáticos e bonacheirões esquerdistas europeus, não sei mesmo se aguentarão tantas e tão drásticas mudanças, eles que adoram o remanso das águas paradas.
Como toda a gente de bem sabe, com a vitória do dito Messias, os pais deixam de bater nos filhos e vice-versa, a poluição emigra, o clima reentra nos eixos, as estações do ano começam nas mesmas datas de antigamente, chove e neva só quando deve e é preciso, furacões e tornados ainda sopram forte mas sem provocar estragos, pregam uns sustos “buh!” e depois vão-se embora, o capitalismo selvagem é, finalmente, domesticado e adopta trejeitos amaricados, os especuladores ficam de tanga e vivem em barracas minúsculas e sem esgotos, os podres de rico distribuem as suas fortunas pelos mais desfavorecidos (só os de direita, os podres de ricos de esquerda mantêm-nas intactas porque – é sabido – sempre souberam usar o seu bago como deve de ser, em benefícios para o povo), o petróleo vai jorrar de tudo quanto é sitio (menos do Beato que continuará amaldiçoado), as gorjetas e as esmolas são garrafões de cinco litros de gasolina ou gasóleo, das máquinas das empresas de armamento americanas (só destas!) brotarão cereais e gomas em vez de armas e de balas, a fome e a miséria tornam-se peças de museu, a Fundação Mário Soares entrega à casa do Gaiato o equivalente aos subsídios recebidos do estado, o sexto e o sétimo classificados da nossa liga têm acesso directo à liga dos campeões trazendo o Sporting e o Benfica, de novo, para a ribalta e eu, apesar de nunca jogar, ganho o maior jackpot de sempre do euromilhões, afogando-me em dinheiro precisamente na altura em que os impostos acabam em Portugal!
Vai ser porreiro, não vai pá?
Foi este vício, atiçado pelo Meio Queijo e pelo destino, que me deu o privilégio de assistir a parte do novo programa do vosso muito querido e excelentíssimo senhor doutor Mário Soares, um programa cor-de-rosa, em que ele, de converseta com uns quantos convidados, percorre o roteiro dos paraísos socialistas que ainda existem no mundo e descreve os perigos que os seus corajosos príncipes encantados têm que enfrentar para os governarem em paz e sossego, mas com muitas propriedades.
O grande democrata eleito para a primeira converseta foi o camarada Hugo – el presidente ou simplesmente usted como o vosso querido ex-governante o tratou – o príncipe encantado da Venezuela, aquele que fala pelos cotovelos, grande amigo do nosso primeiro, “mi casa es su casa” dizia-lhe o nosso Zé há meses, o pintas sul-americano lá foi vendendo o seu peixe perante o olhar nostalgicamente embevecido do seu fã e interlocutor.
Não sei porquê, talvez por causa do tinto, mantive-me insensível, sem me impressionar nem convencer, para mim aquele peixe está impróprio para consumo e fora de prazo mas enfim, gostos não se discutem, cada um tem todo o direito a promover o que muito bem lhe apetece, só é chato que o faça usando dinheiro que não é, nem dele nem da sua fundação.
Como é para vender ilusões e sonhos esquerdistas a malta encolhe os ombros, pronto está bem, deixem lá os homens usarem a massa de todos nós para fazerem propaganda à vontade, ainda por cima aproveita-se e dá-se mais umas quantas traulitadas no Bush, aquele grande burro que é o causador de todos os males que assolam o nosso mundo, desde a eliminação da nossa selecção até ao escaravelho da batata.
Com a badalada, desejada e mais que anunciada vitória em Novembro próximo do candidato Barraca Hussein Abana, estes vendedores de ilusões vão ficar de ressaca, como eu próprio ficaria se me tirassem a minha dose de serviço público de televisão – vade retro Satanás! Temo até pela saúde deles, especialmente a dos simpáticos e bonacheirões esquerdistas europeus, não sei mesmo se aguentarão tantas e tão drásticas mudanças, eles que adoram o remanso das águas paradas.
Como toda a gente de bem sabe, com a vitória do dito Messias, os pais deixam de bater nos filhos e vice-versa, a poluição emigra, o clima reentra nos eixos, as estações do ano começam nas mesmas datas de antigamente, chove e neva só quando deve e é preciso, furacões e tornados ainda sopram forte mas sem provocar estragos, pregam uns sustos “buh!” e depois vão-se embora, o capitalismo selvagem é, finalmente, domesticado e adopta trejeitos amaricados, os especuladores ficam de tanga e vivem em barracas minúsculas e sem esgotos, os podres de rico distribuem as suas fortunas pelos mais desfavorecidos (só os de direita, os podres de ricos de esquerda mantêm-nas intactas porque – é sabido – sempre souberam usar o seu bago como deve de ser, em benefícios para o povo), o petróleo vai jorrar de tudo quanto é sitio (menos do Beato que continuará amaldiçoado), as gorjetas e as esmolas são garrafões de cinco litros de gasolina ou gasóleo, das máquinas das empresas de armamento americanas (só destas!) brotarão cereais e gomas em vez de armas e de balas, a fome e a miséria tornam-se peças de museu, a Fundação Mário Soares entrega à casa do Gaiato o equivalente aos subsídios recebidos do estado, o sexto e o sétimo classificados da nossa liga têm acesso directo à liga dos campeões trazendo o Sporting e o Benfica, de novo, para a ribalta e eu, apesar de nunca jogar, ganho o maior jackpot de sempre do euromilhões, afogando-me em dinheiro precisamente na altura em que os impostos acabam em Portugal!
Vai ser porreiro, não vai pá?
1 comment:
Gostar muito suas escritos. Ter muita ironia. Parabéns
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