O homem de cabeleira farta e loira que está a falar, personalidade famosa e o criador da conhecida marca Virgin, tem um ar pesaroso. Atrás dele, no meio da paisagem rural, onde o verde predomina, vêm-se uma série de carruagens tombadas, peças de um comboio que descarrilou. Quando o acidente aconteceu a sua velocidade era de 150Kms por hora e, de acordo com informações preliminares já apuradas, o maquinista, ex-polícia e uma das 5 vítimas em estado grave, já tinha conseguido reduzi-la um pouco. Vistas do exterior as carruagens do Pendolino – composição fabricada com avançada e dispendiosa tecnologia – parecem intactas. Há, para já, a lamentar a morte de uma senhora de oitenta e quatro anos. São desconhecidas as causas mas parece que terá a ver com problemas nos carris. Um técnico, funcionário da empresa pública de manutenção das linhas está no local, a conduzir o inquérito.
O homem que está a falar, é o dono da empresa proprietária do comboio, uma empresa privada de caminhos-de-ferro inglesa, a Virgin Railways. Além de aventureiro, é tido como um empresário preocupado em investir, dinheiros privados, em tecnologia e conceitos que permitem gerar bons lucros a vender barato, produtos que outros vendem mais caro e com muito menos investimento: dos discos, às telecomunicações, às viagens aéreas, etc. A filosofia do seu grupo é analisar os sectores e investir onde acha que a competição é fraca e os serviços caros e maus. Uma das paixões do homem é o espaço; fundou a Virgin Galactic, empresa que, para ele, marca o início de uma nova era na comercialização barata das viagens espaciais. Apesar do primeiro voo estar programado para 2009, ele diz que não tem pressa, o dinheiro lá investido é dele, não tem ninguém a exigir-lhe prazos, não está numa corrida.
Veio porque achou que os passageiros e os seus familiares quereriam ver no local o dono da composição acidentada, tal como ele quereria se fosse algum dos seus filhos a viajar naquele comboio e ele não fosse o seu proprietário.
Chama-se Richard Branson e veio dar a cara!
Joaquim Barbosa é engenheiro e trabalha na área de sinalização da Refer, empresa publica que gere a rede ferroviária nacional.
Em meados de 2004 recebeu 120 mil euros (24 mil contos) de indemnização para rescindir o seu contrato de trabalho, quando o seu salário rondava os 5 mil euros (mil contos) por mês. No final desse mesmo ano de 2004, é contratado pela mesma empresa, a Refer, para dar assessoria ao novo conselho de administração. A ganhar à volta de 6 mil euros (mil e duzentos contos) por cada mês.
Eu, que ando a adiantar dinheiro meu, ao meu estado, por conta dos meus impostos e que fiquei ferido e a esvair-me em dinheiro com este acidente, apreciava os seguintes esclarecimentos:
Quantos Joaquim Barbosa estão registados na nossa base de dados, na base de dados do meu estado? Quanto é que nós vamos pedir de indemnização ao senhor Barbosa e aos senhores administradores da Refer por este descarrilamento? Foi só mesmo este? Quem é que nós vamos ter que despedir? Parte do dinheiro que nos vai – de certeza absoluta – ser devolvido por esses senhores pode servir para me devolver parte dos meus adiantamentos?
Aguardo que o dono da Refer apareça. A dar a cara
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