Já não me lembrava de apanhar tanto trânsito como o que apanhei ontem, Domingo de Páscoa, no regresso da minhas viagem até à cidade do Tourigo, capital da casta vinícola que nos aquece o coração e nos põe a cabeça à roda!
Demorei cinco (!) horas para fazer o trajecto que habitualmente faço em duas horas e meia; às vezes até demoro menos, mas isso agora não interessa nada. Passar por Leiria foi um inferno, mais de uma hora desde que saí da A1 até que entrei na A8! Mais tempo que eu sei lá o quê.
Os meu putos – felizmente! – já passaram aquela idade do “já falta pouco?”, “ainda falta muito?”, “e agora, quanto é que falta?”, “nunca mais chegamos!”. Felizmente, para eles! Com todas aquelas bichas ontem, se os gajos me tivessem chateado a molécula, eu mandava-os para o maneta ou para a independente, para ver se ganhavam o hábito de andar caladinhos.
Agora que já estão crescidos, mal se ouvem, é um sossego! Cada um anda com o seu aparelho de reprodução musical e mal entram no carro enfiam logo as bananas bem fundo nos ouvidos, encostam as cabeçorras aos vidros, a boca aberta e o olhar perdido no vazio. Como só são capazes de ouvir música com o volume do som no máximo, já marquei duas consultas médicas: eles vão ao otorrino e eu vou ao psiquiatra.
Nunca autorizei que lhes tirassem fotografias naquelas poses; sabe-se lá, se um dia, por descuido, alguma ia parar à minha carteira e arruinava a minha reputação. Se há coisa de que não preciso é de ajuda para me enterrar mais.
A meio da viagem, como precisam de esticar as pernas que já foram curtas, forçam-me a conviver com as traineiras que trazem nos cascos, sacudindo-as mesmo por debaixo do meu nariz. Quando os pés deles começaram a crescer e o meu espaço vital a diminuir, ainda esboçava
Demorei cinco (!) horas para fazer o trajecto que habitualmente faço em duas horas e meia; às vezes até demoro menos, mas isso agora não interessa nada. Passar por Leiria foi um inferno, mais de uma hora desde que saí da A1 até que entrei na A8! Mais tempo que eu sei lá o quê.
Os meu putos – felizmente! – já passaram aquela idade do “já falta pouco?”, “ainda falta muito?”, “e agora, quanto é que falta?”, “nunca mais chegamos!”. Felizmente, para eles! Com todas aquelas bichas ontem, se os gajos me tivessem chateado a molécula, eu mandava-os para o maneta ou para a independente, para ver se ganhavam o hábito de andar caladinhos.
Agora que já estão crescidos, mal se ouvem, é um sossego! Cada um anda com o seu aparelho de reprodução musical e mal entram no carro enfiam logo as bananas bem fundo nos ouvidos, encostam as cabeçorras aos vidros, a boca aberta e o olhar perdido no vazio. Como só são capazes de ouvir música com o volume do som no máximo, já marquei duas consultas médicas: eles vão ao otorrino e eu vou ao psiquiatra.
Nunca autorizei que lhes tirassem fotografias naquelas poses; sabe-se lá, se um dia, por descuido, alguma ia parar à minha carteira e arruinava a minha reputação. Se há coisa de que não preciso é de ajuda para me enterrar mais.
A meio da viagem, como precisam de esticar as pernas que já foram curtas, forçam-me a conviver com as traineiras que trazem nos cascos, sacudindo-as mesmo por debaixo do meu nariz. Quando os pés deles começaram a crescer e o meu espaço vital a diminuir, ainda esboçava
um resmungo e sacudia-lhes as canelas; agora, a coisa está difícil. Eles estão para mim como o emplastro do Irão está para a ONU: repete lá outra vez o que é que tu dizes que nos fazes se a gente não tirar os ténis daí?
Como comi que nem um abade, o ritmo lento da viagem tem um impacto terrível na minha vitalidade; o cabrito assado com batatas e arroz que mamei mais o champanhe que emborquei, põem-me no mesmo patamar de letargia em que andam, há anos, os serviços de inspecção do ministério do ensino superior.
Por isso, não vou à luta, prefiro chatear os condutores dos outros carros que também estão na bicha; se vejo um a virar o volante um pouco mais do que aquilo que eu acho que deveria ser a trajectória dele, zás, acelero e encosto-me ao da frente, depois travo bruscamente, acelero outra vez, encosto-me, travo, acelero, encosto, não travo e pimba, espeto-me!
A culpa é dos putos! Ainda estou para perceber que raio de moléstia é que dá aos avós!
Como comi que nem um abade, o ritmo lento da viagem tem um impacto terrível na minha vitalidade; o cabrito assado com batatas e arroz que mamei mais o champanhe que emborquei, põem-me no mesmo patamar de letargia em que andam, há anos, os serviços de inspecção do ministério do ensino superior.
Por isso, não vou à luta, prefiro chatear os condutores dos outros carros que também estão na bicha; se vejo um a virar o volante um pouco mais do que aquilo que eu acho que deveria ser a trajectória dele, zás, acelero e encosto-me ao da frente, depois travo bruscamente, acelero outra vez, encosto-me, travo, acelero, encosto, não travo e pimba, espeto-me!
A culpa é dos putos! Ainda estou para perceber que raio de moléstia é que dá aos avós!
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