Hoje é o último dia do ano de dois mil e seis, amanhã arranca mais um período de doze meses que, em progressiva aceleração, nos vai levar em direcção à próxima passagem de ano, que está já ali, ali ao virar da esquina, isso, aí mesmo.
Não sei que raio é que se passa com o estafermo do tempo mas, de há um punhado de anos para cá, o marmanjo parece ter o fogo no rabo, armado em carapau de corrida.
Ando eu ainda a apreciar o cheirinho a lavado que a prima vera deixa no ar quando, sedutora, provocante e prometedora, aparece a pavonear-se, armada em boazona – que é, entre as estações! – e, pimba, já as noites tomaram, outra vez, conta da maioria dos dias, embrulhando o sol na cama pouco depois da hora a que os ingleses tomam o seu chá, não vá o menino estar cansado quando, à meia-noite, se comerem as doze passas e, rabugento, estragar a festa que, goste-se ou não, tem que ser alegre.
Os meus putos riem-se, encolhem os ombros e dizem que eu devo ter os cilindros entupidos ou a cabeça do motor queimada; a minha patroa começa a entender-me e os meus pais gozam à brava comigo! À brava, à brava, não será, mas parece, pois garantem que o tempo deles é ainda mais veloz e que, se os nossos dois tempos fizessem uma corrida, a minha humilhação na derrota era menina para me estatelar na cama com uma depressão à maneira.
Desconfiado, procuro-lhes no olhar pistas que me façam concluir que estão a gozar com a minha cara, exactamente como faziam quando, ao luar em plena selva tropical, apontavam para a sombra vergada pelo peso do enorme saco e diziam que era o Pai Natal que estava de passagem. Nã, estão mesmo a falar a sério.
Que se dane! Com que então sua excelência quer conduzir cada vez mais depressa? É? Está bem! Que lhe faça bom proveito!
Já que este maluco teima em me levar no lugar do pendura, espero que o desgraçado evite tanto quanto possível os buracos que vão dando cabo dos pneus, que obedeça minimamente ao manual de instruções e faça umas revisões de quando em vez. que vá cumprindo as regras de transito, que não abuse muito do motor e nunca, mas nunca, deixe o depósito ficar sem combustível.
Apesar do vento e da poeira provocados por esta desenfreada velocidade há que manter os olhos sempre bem abertos e, assim, apreciar bem a paisagem enquanto posso porque, mais cedo ou mais tarde, este Fangio vai mesmo acabar por nos fazer despistar (não se preocupem, já bati quarenta e seis vezes na madeira ...).
A minha taça, cheia de um bem gelado champanhe, aguarda que a vossa esteja a postos; já está? Tchim, tchim!
Não sei que raio é que se passa com o estafermo do tempo mas, de há um punhado de anos para cá, o marmanjo parece ter o fogo no rabo, armado em carapau de corrida.
Ando eu ainda a apreciar o cheirinho a lavado que a prima vera deixa no ar quando, sedutora, provocante e prometedora, aparece a pavonear-se, armada em boazona – que é, entre as estações! – e, pimba, já as noites tomaram, outra vez, conta da maioria dos dias, embrulhando o sol na cama pouco depois da hora a que os ingleses tomam o seu chá, não vá o menino estar cansado quando, à meia-noite, se comerem as doze passas e, rabugento, estragar a festa que, goste-se ou não, tem que ser alegre.
Os meus putos riem-se, encolhem os ombros e dizem que eu devo ter os cilindros entupidos ou a cabeça do motor queimada; a minha patroa começa a entender-me e os meus pais gozam à brava comigo! À brava, à brava, não será, mas parece, pois garantem que o tempo deles é ainda mais veloz e que, se os nossos dois tempos fizessem uma corrida, a minha humilhação na derrota era menina para me estatelar na cama com uma depressão à maneira.
Desconfiado, procuro-lhes no olhar pistas que me façam concluir que estão a gozar com a minha cara, exactamente como faziam quando, ao luar em plena selva tropical, apontavam para a sombra vergada pelo peso do enorme saco e diziam que era o Pai Natal que estava de passagem. Nã, estão mesmo a falar a sério.
Que se dane! Com que então sua excelência quer conduzir cada vez mais depressa? É? Está bem! Que lhe faça bom proveito!
Já que este maluco teima em me levar no lugar do pendura, espero que o desgraçado evite tanto quanto possível os buracos que vão dando cabo dos pneus, que obedeça minimamente ao manual de instruções e faça umas revisões de quando em vez. que vá cumprindo as regras de transito, que não abuse muito do motor e nunca, mas nunca, deixe o depósito ficar sem combustível.
Apesar do vento e da poeira provocados por esta desenfreada velocidade há que manter os olhos sempre bem abertos e, assim, apreciar bem a paisagem enquanto posso porque, mais cedo ou mais tarde, este Fangio vai mesmo acabar por nos fazer despistar (não se preocupem, já bati quarenta e seis vezes na madeira ...).
A minha taça, cheia de um bem gelado champanhe, aguarda que a vossa esteja a postos; já está? Tchim, tchim!
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