(Image: Michael Mucci)
Por cortesia de um fervoroso adepto do novo campeão nacional, adepto que por sinal é o pai das netas dos avós dos meus filhos, deixo-vos a seguinte definição: "casamento é um relacionamento a dois, no qual uma das pessoas está sempre certa e a outra é o marido." Eu sei, é antiga e foleira, mas, com tranquilidade, com toda a tranquilidade, eu tive foi medo de perguntar se sabiam qual é a diferença entre o treinador dos lampiões e o nosso primeiro; é que a resposta implica uma graçola sobre a licenciatura do senhor político e, já se sabe, não se pode andar a brincar com o canudo dele.
Que o diga aquele senhor professor de inglês, antigo deputado pelo PSD, a exercer, há vinte anos, funções numa direcção regional do ministério da educação e que por ter, alegadamente, brincado com o dito coiso em conversa com um colega, logo foi preventivamente suspenso, por vergonhosa falta de respeito, pela sua zelosa directora geral. Dizem, algumas más línguas, que a guardiã do templo e do bom respeitinho devido ao nosso primeiro, até já foi, mera coincidência, colaboradora dum actual ministro, aquele que (quer) manda(r) nos jornalistas.
A propósito de jornalistas, aquele que na TVI, o canal de televisão do cardeal Pina, ficou com a responsabilidade de “traduzir” o discurso que o papa Bento XVI fez no Brasil, deve ter sido vitima duma alergia qualquer, certamente derivada à deficiente qualidade do estado do ar que andamos a respirar (como diz Pacheco Pereira), ou então sofre da tal de claustrofobia de que falou o deputado Paulo Rangel, claustrofobia que também me afecta quando sou forçado a andar no metropolitano, em túneis muito compridos, ou em elevadores apinhados, com os consequentes ataques de pânico e ansiedade. No discurso, Bento XVI condenou o capitalismo e o comunismo mas, na TVI, na legenda que apareceu no ecrã a sintetizar a peça jornalística que o apresentador do noticiário narrava enquanto passavam as imagens da visita, a palavra capitalismo foi “traduzida” para liberalismo.
Atendendo à ideologia do senhor cardeal administrador da estação e à dos seus patrões, há que reconhecer a coerência na preocupação em poupar o “capitalismo” e diabolizar o liberalismo. Bem analisada a coisa, comprovada pela dura realidade quando a queremos ver, quando a conseguimos ver ou quando no-la deixam ver com olhos de ver, é muito mais fácil e corrente os pseudo democratas, de direita e de esquerda, conviverem com o capitalismo ou com o comunismo do que com o liberalismo (ou neoliberalismo, como, parece que, por pirraça, gostam de dizer).
Os que se diabolizam o liberalismo, como gostam, querem e precisam do estado em tamanho gigante e omnipresente, sempre que cheiram alguma agitação nas águas, para poderem justificar a manutenção do mar chão, lá vão colando carradas de, já gastos e estafados, rótulos e avisos alertando para os terríveis efeitos secundários a que as gentes do povo se arriscam quando sujeitas a uma prolongada exposição aos pensares e às práticas dessa gente ímpia e sem escrúpulos.
E, como veículos preferenciais de transmissão, usam boys. Um deles, também jornalista, durante muitos anos ligado à direcção do diário do regime, o Diário de Noticias, é agora, finalmente, um assumido assessor, num ministério. É como o meu grande FCP e os campeonatos: mais um!
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