Acho bem que o senhor S. Pedro pare de brincar com as estações e que deixe partir a prima vera lá para a santa terrinha, para umas férias merecidas e que, em troca, ponha cá o senhor verão a conduzir a máquina, especialmente durante toda a segunda quinzena deste mês, por acaso até era o que me dava mais jeito.
Esta instabilidade da natureza provoca, como não podia deixar de ser, alterações graves na moleirinha do gentio. Estas alterações podem ser mais ou menos visíveis a olho nu e, dependendo do grau de responsabilidade do indígena atormentado, ter mais ou menos impacto na populaça. Uns chamam a isto o aquecimento global e dizem que a culpa é do homem (a mulher, curiosamente, nunca é culpada de nada!); outros, ainda poucos, dizem que não senhor, que isto é o resultado dos humores do rei sol, o absoluto, e das explosões dos seus raios e que nós homens (as mulheres, já se sabe …) não somos ouvidos nem achados nesta mudança do clima.
Os defensores da teoria da culpa do homem no aquecimento global gastam rios de dinheiro para informarem e formarem os nossos descendentes, azucrinando-lhes a tola para pouparem energia, para apagar as luzes quando não forem precisas, para desligar os televisores no botão quando a não estiverem a ver, para não deixarem os carregadores dos telemóveis ligados na ficha quando não estão a ser utilizados, para não deixarem aberta a porta do frigorifico durante muito tempo, etc., etc.
No fundo, a mesma lengalenga que, desde putos, os desgraçados dos meus filhos me têm ouvido a berrar, não por causa do famoso aquecimento, mas por causa do arrefecimento que as contas elevadas da luz, da água e do gás, provocam na minha carteira. Tenho até uma vaga ideia de já os meus pais me darem na corneta por motivos parecidos mas não estou a ver como é que nesse tempo eles fossem ecologicamente já tão adiantados. Inclusive, sonhei que li algures, que nos tempos das lamparinas, também já havia gajos que ficavam virados do avesso com os desperdícios no uso do que quer que fosse que então usavam para poderem ver as trombas uns dos outros quando o sol se punha.
Não tendo ainda, por burrice e por preguiça, formado a minha opinião sobre a matéria, devo confessar uma certa inclinação pelos argumentos dos cientistas que discordam da teoria oficial, encabeçada pelo mediático senhor Al Gore e sus muchachos.
Praticamente sem divulgação na nossa europa, um canal de televisão inglês transmitiu no passado mês de Março um programa documentário, onde um conjunto de especialistas sustentou a tese de que a mudança no clima que estamos a viver não tem nada a ver com a acção do homem e que houve, no passado recente, épocas semelhantes, nomeadamente uma mini idade glaciar no século dezassete que gelou o rio Tamisa de tal forma que até futebol podiam ter jogado no seu leito congelado e um período quente, há cerca de nove mil anos, considerado o período mais quente dos últimos dez mil anos e responsável pelo desaparecimento da face da terra da primeira geração das lambretas a gasóleo.
Consta que a elevada temperatura da política caseira actual parece ter como causa os absolutistas que, como o rei sol, estão sempre a cozinhar alguém ou alguma coisa, seja em lume brando, em velocidade de cruzeiro ou à pressa.
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