cartoon de Darko Drljevic
Se a minha escrita, hoje, parecer um pouco tremida vão ter que me desculpar mas estou com uma dor de dentes das antigas e, de vez em quando, sou obrigado a mexer-me para poder bater bem com a tola naquela parede que está ali, mesmo a jeito, à minha frente, sempre dá para ir mudando as queixas, ora me queixo da cremalheira ora me queixo da pinha.
Tanto assunto sério para ser tratado e denunciado e eu com o cérebro em ponto morto, tipo administrador do bpn, e cheiinho de erros como aquele jogo do Magalhães do Sócrates (eu não acredito em bruxas mas, que o primeiro computador verdadeiramente português está embruxado, lá isso está, coitado!).
A semana toda para me doerem à vontade mas não – não senhor…!!! – tinham que vir de visita na sexta-feira à noite, assim aproveitam o fim-de-semana e fazem-me companhia até abrirem as câmaras de tortura, aquelas salas com montes de aparelhos proibidos pela convenção de Genebra, brocas movidas por turbinas invisíveis, que zunem enquanto cospem água para tudo quanto é sítio, nariz, olhos e, como no meu caso, óculos, impedindo-me de ver com clareza o meu carrasco, o que complica a posterior identificação para a merecida devolução dos mimos.
Ainda deve ser por causa daqueles CT de chocolate que fumei quando fui a Viseu fazer o exame da quarta classe. Desde então – que me lembre – nunca mais (lá) comi nada que me pudesse danificar o corta palha. Bem pelo contrário: mesmo que não seja preciso, todos os natais e sempre que os lagartos e os lampiões conseguem roubar-nos um título qualquer, faço questão de escovar muito bem os meus dentes, de modos que não entendo como é que estou assim, nesta agonia.
Se já no início deste século me arrastaram uma vez para uma dessas câmaras de horror, como é que hei-de estar a precisar de lá voltar? Na volta, quando os tipos dizem que nos estão a dar uma injecção para “não termos dores” estão mas é a implantar coisas programadas que nos forçam a voltar ao fim de um determinado tempo, como os carros, que nos arejam as notas da carteira de não sei quantos em não sei quantos quilómetros. Admirem-se! Ele há teorias da conspiração para tudo e se o outro diz que tem uma campanha negra só para ele, porque é que eu não hei-de ter uma também só para mim? Sou menos que ele é? Ah bom…!
Se há coisa que me deixa furibundo é a expressão de gozo daqueles sádicos quando, de sorrisinho trauliteiro à ministro Augusto Santos Silva me dizem “se estiver a doer diga, não tem necessidade de estar a sofrer!”. Que não tenho necessidade de sofrer isso sei eu, basta não pôr lá as patas. O problema é um gajo assentar a pandeireta na cadeira! Mal nos apanham sentados e com o babete bem amarrado à volta do gasganete, transformam-se e perdem aquela falsa capa de humanidade e compaixão com que nos receberam e só a voltam a usar quando nos entregam a conta (quando já temos o livro de cheques na mão, finalmente, dizem “se tiver dores tome dois comprimidos de arsénico de hora em hora, não precisa de sofrer, ouviu?”). Hipócritas!
Ó Maria (eh lá, não posso berrar tão alto que me dói como o raio!): traz-me aí outra vez a caneca com o “milagron”.
Tanto assunto sério para ser tratado e denunciado e eu com o cérebro em ponto morto, tipo administrador do bpn, e cheiinho de erros como aquele jogo do Magalhães do Sócrates (eu não acredito em bruxas mas, que o primeiro computador verdadeiramente português está embruxado, lá isso está, coitado!).
A semana toda para me doerem à vontade mas não – não senhor…!!! – tinham que vir de visita na sexta-feira à noite, assim aproveitam o fim-de-semana e fazem-me companhia até abrirem as câmaras de tortura, aquelas salas com montes de aparelhos proibidos pela convenção de Genebra, brocas movidas por turbinas invisíveis, que zunem enquanto cospem água para tudo quanto é sítio, nariz, olhos e, como no meu caso, óculos, impedindo-me de ver com clareza o meu carrasco, o que complica a posterior identificação para a merecida devolução dos mimos.
Ainda deve ser por causa daqueles CT de chocolate que fumei quando fui a Viseu fazer o exame da quarta classe. Desde então – que me lembre – nunca mais (lá) comi nada que me pudesse danificar o corta palha. Bem pelo contrário: mesmo que não seja preciso, todos os natais e sempre que os lagartos e os lampiões conseguem roubar-nos um título qualquer, faço questão de escovar muito bem os meus dentes, de modos que não entendo como é que estou assim, nesta agonia.
Se já no início deste século me arrastaram uma vez para uma dessas câmaras de horror, como é que hei-de estar a precisar de lá voltar? Na volta, quando os tipos dizem que nos estão a dar uma injecção para “não termos dores” estão mas é a implantar coisas programadas que nos forçam a voltar ao fim de um determinado tempo, como os carros, que nos arejam as notas da carteira de não sei quantos em não sei quantos quilómetros. Admirem-se! Ele há teorias da conspiração para tudo e se o outro diz que tem uma campanha negra só para ele, porque é que eu não hei-de ter uma também só para mim? Sou menos que ele é? Ah bom…!
Se há coisa que me deixa furibundo é a expressão de gozo daqueles sádicos quando, de sorrisinho trauliteiro à ministro Augusto Santos Silva me dizem “se estiver a doer diga, não tem necessidade de estar a sofrer!”. Que não tenho necessidade de sofrer isso sei eu, basta não pôr lá as patas. O problema é um gajo assentar a pandeireta na cadeira! Mal nos apanham sentados e com o babete bem amarrado à volta do gasganete, transformam-se e perdem aquela falsa capa de humanidade e compaixão com que nos receberam e só a voltam a usar quando nos entregam a conta (quando já temos o livro de cheques na mão, finalmente, dizem “se tiver dores tome dois comprimidos de arsénico de hora em hora, não precisa de sofrer, ouviu?”). Hipócritas!
Ó Maria (eh lá, não posso berrar tão alto que me dói como o raio!): traz-me aí outra vez a caneca com o “milagron”.
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