Thursday, August 09, 2007

Os Combatentes


Por um lado é muita boa, por outro lado é muito má! É boa porque me relaxa, é má porque me mantém excitado! É boa porque me deixa deitar à vontade, é má porque o seu calor, às tantas já me chateia. É má, é muito má porque leva-me uma pipa de massa!

Por acaso até que não estou a olhar para nenhuma fotografia e nem estou a ver nada à minha frente e apesar da afirmação anterior se referir a algo do género feminino nem de perto admito que me imaginem capaz de tais pensamentos, quanto mais ter a lata de os expressar por escrito.

Refiro-me simplesmente a esta época do ano e ao mês de Julho, sinónimo de férias, as minhas ricas duas semanas de sorna absoluta, sem ponta de remorsos por não estar a fazer nada de útil com o meu tempo livre (tretas do género de cortar os arbustos, pintar os alpendres, arrumar o escritório, deitar fora o arquivo morto, etc.). Esta é a parte boa, que me relaxa e que me deixa dormir.

A parte má, a parte que me mantém numa excitação danada, que me dá uns calores do caneco e que me leva uma pipa de massa é a primeira prestação do pagamento por conta do IRS. É uma chatice, eu não me habituo, a cada ano que passa fico mais furibundo com esta “tradição” provisória que, entretanto, passou a definitiva!
Nem o óleo de fígado de bacalhau me deixava este amargo na boca, esta sensação de dinheiro muito mal gasto, mal empregue ou mal empregado!

Ainda por cima, cada vez são mais as evidências que me dizem que bem posso ir praticando o kiss-kiss goodbye às pensões de reforma que (não) vou ter!
Portugal – dizem – é um dos sete países mais envelhecidos do mundo. As estatísticas dão conta que estamos muito abaixo do nível de substituição das gerações o que, trocado em miúdos, significa que em 2050 teremos perdido quase vinte e cinco por cento da nossa população. O número médio de filhos por mulher em idade fértil desceu de 1,41 para 1,36, isto é, cada mulher gera um puto e um terço, mais coisa menos coisa. 2006 foi o mais baixo desde que há registos estatísticos, tendo nascido menos 4100 putos do que em 2005.

Toda esta maçaroca que o monstro me leva, vai-me fazer uma falta do caraças quando for jarreta; por essa altura já “eles” a gastaram, sem dúvida nenhuma, com enorme solidariedade pelos menos necessitados e em obras tipo futebolês. E quer-me parecer que o exagero na auto-protecção da classe politica europeia, mais sus muchachos, vai dar cabo da pouca vontade que os jovens da classe média ainda têm para, marmelando, irem procriando!

E, por essa altura, quando eu for jarreta, uma bengala por membro para poder andar direito, por muito bem que e minha Maria me trate, palpita-me que não vou ser como certos marmanjos que eu conheço que, aos oitenta e picos, ainda têm genica para se meterem, com prazer, em certo tipo de bolandas que, a muitos jovens como eu, já fazem confusão!

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