Tuesday, November 27, 2007

Disparates



Hoje vou chatear os anti-americanos! Também não é preciso muito para os pôr em órbita, basta sussurrar-lhes o nome do actual presidente e é vê-los em brasa, a espumar e a trepar pelas paredes acima, de cabeça perdida, completamente descontrolados.

Mais ou menos como eu estou com os resultados do meu FCP, que agora deu para andar armado em empata, o que me obriga a aturar umas estupidamente grandes doses de gozo por parte dos meus amigos lampiões que até já se dão ao luxo de dizer que, este ano, vão ganhar não sei bem o quê. Como eles pensam que são muitos, não sei quantos milhões, é quase um delírio colectivo que nos ameaça. Felizmente que a azia tem obrigado os lagartos a ficar em casa, de repouso, porque senão eu só podia sair à rua disfarçado, de burca enfiada pela cabeça abaixo. Viver na capital e ser dragão é obra quando a coisa nos corre mal. Felizmente é raro, mas quando acontece, nem vos digo nem vos conto, é preciso ter cá um jogo de cintura…!

Pertenço, já perceberam, ao reduzido bando de idiotas mentais – a última vez que contei éramos doze – que acumula ser dragão com ser pró-americano. Combinação mais desmiolada do que esta, de momento não me ocorre e duvido que seja fácil de encontrar. Pelo menos neste velho continente cheio de história e que se chama Europa.

Vejam bem que eu até acho que o nosso mundo ocidental, o nosso mundo de conforto e paz, deveria agradecer, e muito, aos soldados americanos, incluindo os que agora estão a dar o coiro no Iraque. Isto é mesmo doentio não é? Depois, quando fizer algum acto ainda mais tresloucado, não digam que não tinha dado pistas suficientes para que me internassem a tempo.

Sei que estou só neste sentimento mas eu sinto enormes saudades de ouvir reportagens sobre o que se passa no Iraque, de ver repórteres ocidentais, de colete e capacete, a cascar nos gringos. Se calhar muita boa gente ainda nem se apercebeu do manto de silêncio que, desde há uns meses, se abateu sobre o que (de mau) acontece naquela perturbada zona do mundo. Longínquos vão os tempos de monopólio que o tema tinha na informação publicada; agora ninguém me diz nada sobre as maldades que, os meus amigos do novo mundo, por lá fazem, sobre as torturas, sobre a guerra civil, sobre a falta de segurança, sobre as impossíveis reconciliação e reconstrução daquele país. Nada!

Novo mundo, sem séculos de história, que ainda se rege por uma constituição que foi escrita há quase duzentos e cinquenta anos e a quem tantos querem – e podem! – dar lições de liberdade, desde os antigos países do leste europeu, que viveram em ditadura até há….hummm....vinte anos, até Portugal, Espanha e Grécia que têm uma longa tradição democrata de…vejamos…trinta anos, à França e à Alemanha cujas constituições têm (pouco) mais de sessenta anos ou à Bélgica (que por acaso nem sei se, hoje, ainda é um país).
Como já disse, só mesmo um desmiolado que acredita em dragões é que pode escrever tanto disparate em abono daquele bando de bebés grandes!

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