Thursday, February 19, 2009

Quem diria!

(foi o que consegui com a minha pesquisa "Salazar e botas" para esta crónica. Enfim...afinal tem algo a ver, a pequena chama-se Luciana Salazar e ... está de botas, e acho que a série falava em "gajas", portanto...)



Salazar era, de facto, o homem da dita dura, um verdadeiro Zézé Camarinha nos paços do conselho de ministros do país!
Como não vi, socorro-me do relato de familiares, amigos e desconhecidos que perderam tempo foram abençoados com tempo livre para acompanhar a mini-série da SIC sobre a sua vida; embora ainda sem acesso livre e total aos documentos usados como suporte para a história, tenho a certeza de que, se passou na televisão, só pode ser verdade, eles não iam inventar uma coisa daquelas assim sem mais nem menos.

Está portanto provado que não foram motivações de indole politica que fizeram o antigo presidente do conselho perseguir uns quantos desgraçados mas assuntos mais comezinhos, fruto da sua deriva sexual. Possivelmente, a cabeça que desapareceu da sua estátua depois do vinte e cinco de setenta e quatro, terá pura e simplesmente explodido à passagem dalguma moçoila mais bem apetrechada fisicamente e não tenha sido fruto de um roubo ou dum acto de vandalismo.

Num desses documentos, uma página do diário dum ministro dos negócios estrangeiros de então, que mão amiga mas anónima me fez chegar, lê-se que, estando este numa sala contigua a aguardar vez para uma reunião de trabalho com o chefe, terá ouvido palavras soltas como “é minha…sim…tira a gola…invade, invade…quere-la…ahh lindos planaltos…” que o levaram, indignado e por iniciativa própria, a contactar de imediato a organização das nações unidas no sentido de lavrar um protesto pelas tentativas da tomada de assalto duma das nossas colónias por bandos armados.
Outro documento, um pouco amarrotado e com nódoas de gordura, dá conta da irritação do antigo estadista quando os indianos lhe tiraram Damão uma coisa bem interessante que ele já tinha fisgado e da punição imposta aos nossos militares que lá estavam de guarda: “não me apareçam cá vivos e sem ela!”.

Chegado à governação numa altura em que as finanças nacionais estavam num estado lastimável, totalmente de pau parado, o professor depressa tomou em mãos o problema e, tomando-lhe o gosto, por lá ficou durante décadas.

Insaciável, fundou a mocidade portuguesa, instituição que, alegadamente, terá funcionado como um verdadeiro harém do chefe do governo; especialista em contra informação, lançou a ideia de que o “s” estava ligado à primeira letra do seu nome, desviando as atenções do verdadeiro significado: o cinto do sexo.

À luz desta nova teoria, tem toda a lógica que a obra emblemática do seu regime – a ponte sobre o rio Tejo – seja uma coisa dura e comprida e é de louvar que os comunas do prec tenham conseguido mudar-lhe o nome porque as criancinhas não podem (nem devem!) saber coisas destas.
Ainda segundo a mini-série, o antigo governante terá morrido, não por causa duma queda numa cadeira, mas afogado numa banheira e longe, muito longe das botas. Ao que parece, a senhora dona Maria, já entradota na idade e farta dos avanços do professor, arrefinfou-lhe, à socapa, com um naco de sabão clarim para dentro da banheira tendo-o apanhado desprevenido, provocando a sua queda e impedindo-o de apanhar as botas a tempo de ter um final feliz, um final digno da sua fama (como é sabido, é muito mais fino e chique os tipos da dita dura morrerem com as botas calçadas do que descalços).

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