Monday, February 18, 2008

Detalhes


(foto de http://space.newscientist.com)
Um míssil, disparado de um dos seus navios de guerra, é a arma que os americanos vão usar para tentar escaqueirar um satélite espião, novinho em folha, lançado há pouco mais de um ano e que pertence a uma unidade do exército que se entretém a espiolhar o mundo lá das alturas.

O bicho está em queda descontrolada rumo à casa mãe e apesar de (ainda) não haver nenhum marmanjo a queixar-se de lesões na mona provocada pela queda de destroços espaciais desde que, há para aí uns cinquenta anos, foi lançado o Sputinik, os cientistas e os militares dizem que optaram pela sua destruição por temerem que algum dos milhares de elementos que o compõem possa aguentar a reentrada na nossa atmosfera e, pimba!, aterrar na cachimónia dum benfiquista ou sportinguista, terráqueos sobejamente conhecidos por terem um galo do caraças.
A maior preocupação, dizem eles, é com um depósito, altamente resistente, que está cheio de combustível, um produto altamente tóxico, capaz de por a pele de qualquer um a pender para o azul.

Pela inexistência de feridos devido a acidentes com esse tipos de destroços é que há muita e boa gente que acha que os caramelos têm é medo de que o bicho, carregadinho de tecnologia supostamente secreta, caia em propriedade alheia, em terrenos trabalhados por outras mãos, para quem essa dádiva dos céus cairia que nem ginjas.
Há também quem jure que esta decisão é uma mensagem para outras potências do globo, uma mera desculpa para testar novas armas no tiro ao alvo real, ou uma forma do primeiro-ministro Sócrates desviar as atenções dos seus achaques com jornalista do jornal Publico, o tal de Cerejo.

O Jornal de Tondela, graças aos seus espiões junto das mais altas esferas do poder internacional está, na procura de mais um exclusivo mundial, a analisar todas as comunicações de e para Portugal, de modo a poder confirmar ou desmentir o rumor sobre a interferência, neste assunto, do nosso governante.
Para os invejosos do sucesso do nosso pequenito, mas influente, jornal regional, adianto já que, nesta investigação, só estamos a usar o dinheiro da mulher do senhor director e desminto as absurdas, patéticas e ridículas acusações de que as couves, os grelos, as batatas, as cenouras, os ovos e os patos nos foram oferecidos pelo senhor engenheiro Belmiro de Azevedo, coitado, ainda tão chateado por causa daquela opa.

Ah, falta dizer que quer os pais biológicos – os militares – quer os pais de coração – os cientistas – entenderam-se e, em sintonia, atribuem o falhanço desta caríssima empreitada à falta de comunicação entre pais e filho – a NASA, o exército e o bicho – falta de comunicação essa que impossibilitou que o filho fizesse uso dos muitos recursos alternativos que os pais, previdentes, lhe incutiram.

Aviso já que a atribuição de um suposto qualquer grande significado filosófico à minha afirmação anterior não corresponde minimamente à verdade, trata-se apenas de transmitir correctamente um facto jornalístico, embora, mesmo já não sendo novinhos em folha, seja minha intenção esfregar a tromba dos meus filhos com a folha de papel onde vou imprimir este texto, quanto mais não seja para lhes borrar a cara.

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