Wednesday, August 13, 2008

A investigar

( foto daqui)

Habitualmente não sou gajo para dizer mal dos outros só por dizer, acho isso indecente, não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti foi o que me ensinaram desde puto, sou, ou procuro ser, muito cuidadoso quando me abalanço e atiro as culpas de qualquer coisa para cima de alguém.
Neste caso sei muito bem de quem é a culpa e nem em sonhos vocês iam acreditar no que é que o socialista Sócrates conseguiu fazer à água do mar em Vilamoura!
Eu, que acredito em quase tudo – sei que os jogadores dos leões e dos lampiões são todos do planeta Kritponabos – só depois de constatar no local é que acreditei. Ainda bem que as minhas férias começaram neste fim-de-semana porque assim tive oportunidade de vir ver com os meus próprios ossos.

Os lideres dos G-8 a discutir a questão do lunático do Zimbabué, a fome no mundo, gente preocupada com os calotes do nosso estado e com o estado das calotes polares, muita gente distraída e o que é que o nosso primeiro faz? À socapa, gela as águas do mar e, à boa maneira socialista, as águas das praias do Sotavento algarvio já não podem ser diferentes das outras, já não podem ter águas mais quentes do que as águas de todas as outras praias do país.

Agora, graças a este governo de socialistas e à sua mania de nivelar tudo por baixo, tomar um banho no mar em Vila Praia de Ancora ou em Vilamoura é rigorosamente a mesma coisa, um gajo entra todo airoso e sai com os tintins mais mirrados do que a ervilha congelada, o material em estado comatoso, fora de serviço, nalguns casos tenho até sérias dúvidas que voltem a exercer qualquer função útil ao resto do corpo. Uma desgraça!

Ainda não percebi como é que ele conseguiu mais esta extraordinária reforma mas acho que tem a ver com uns fulanos que eu nunca tinha visto numa paria, a calcorrear a beira-mar de fato e gravata, os pés descalços e as calças arregaçadas até aos joelhos, a mergulhar na água uns enormes termómetros que carregam nuns sacos que trazem às costas com publicidade a uma firma qualquer que se chama ASAE, retiram-nos e fazem a leitura, sacam dum aparelho que parece um telefone especial, falam com alguém que deve estar lá bem no alto e, de repente, quem está no banho, sente um jacto de água gelada junto aos calcanhares, um arrepio na espinha e um aperto…aí mesmo.

Para todos os efeitos, como estou de férias, vou tirar isto a limpo, às tantas o homem até está inocente e eu para aqui a dizer mal dele, vou investigar a fundo este mistério, coisa que, calculo, levará para aí umas duas semanas, provavelmente estarei tão ocupado que nem terei tempo para escrever nada de inútil durante este trabalho de campo, não estranhem que o Jornal de Tondela não traga aquele pedaço de folha que normalmente usam para embrulhar as coisas que mandam para o lixo.

Vou ter que andar disfarçado, o mais discreto possível, comprei uns calções compridos de licra cor-de-rosa, que caem ligeiramente abaixo dos joelhos e uma camisa havaiana amarela, carregada com desenhos de latas de Coca-Cola e guitarras eléctricas, umas gigantes e outras não.
A Maria recusa-se a andar ao meu lado enquanto eu usar o disfarce. Acho bem, afinal isto pode tornar-se perigoso.

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