Tuesday, September 09, 2008

Apre!



Estou tão furioso que até espumo, é tão grave que alguém já sugeriu que o melhor era eu dar um saltinho ao hospital mais próximo, de preferência bem amarrado a uma maca, fazer uns testes para ver se não estou infectado com a raiva e, se for caso disso, levar umas quantas vacinas.
Nada a ver com os falhanços dos toscos dos avançados tripeiros nem com o monumental frango que o seu nababo guarda-redes deu na primeira visita à capital e que nos impediu de dar (mais) uma sova aos lampiões; também não tem a ver com o (alegado) silêncio do partido dito da oposição o maior, nem por causa da festa anual dos comunas, que vai ocorrer por estes dias. Nenhum dos três assuntos mencionados me aquece nem arrefece, para mim é rigorosamente igual ao pífaro. Já vos conto o que me transtornou!
Depois de uns dias de férias cá pelo burgo, como já tive ocasião de dizer, fui passar uns dias a Espanha, aproveitar os preços mais em conta e águas marítimas mais quentes.
Na minha pasta, que vai comigo para todo e lado e que é, graças às novas tecnologias, uma espécie de escritório ambulante, levei o meu portátil, a minha agenda, sais de frutos, cartões de visita, o carregador do telefone, um isqueiro e a menina da placa de acesso à Internet móvel da TMN, brinquedo que me permite estar em contacto com o mundo inteiro em qualquer local e que usei regularmente enquanto não atravessei essa linha imaginária que nos separa da Espanha.
Chegado ao país vizinho, não mais importunei a dita menina da placa, mantive-a quieta e bem sossegadinha, bem enfiada no escuro e no fresco do cabedal.
Por razões imperativas e por volta da uma da manhã, hora local, necessitei de transferir dinheiro para um dos meus filhos; despertei a menina da placa do seu sono de princesa e, em três minutos e meio, estava despachado! Durante os dez dias em que andei mergulhado nas águas do mediterrâneo, só mais uma vez fui forçado a recorrer à menina, desta segunda vez, entrada e saída completadas em oito minutos e picos.
Ontem recebi a factura daqueles onze minutos de prazer (curiosamente correspondentes a 69 centenas de KB de dados descarregados): EUR 47,20 ou, em moeda antiga, nove contos e quatrocentos pacotes! Parafraseando o anúncio dos CTT: fonix!
Podia ter sofrido uma apoplexia ou um ataque qualquer que me tivesse fulminado em dois tempos; já não basta o mês de Setembro ser um dos meses em que mais me vão ao bolso – forçam-me a fazer o segundo empréstimo do ano ao estado central sem me pagaram qualquer juro pelos adiantamentos, cobram-me a segunda prestação do imposto sobre os imóveis e, a cereja em cima do bolo, obrigam-me a pagar o IRS – vêm também estes salafrários da TMN depenar-me ainda mais.
Não gostei, zanguei-me, telefonei-lhes, ah…pois claro, compreendemos muito bem o seu problema mas…está na tabela, não podemos fazer nada, blá, blá, blá!
Perguntarão: quem é, ou quem foi burro? Respondo: eu, eu, eu, só eu e mais ninguém!
Aos apalpões do estado eu não posso fugir, pago e não bufo e, ano após ano, tenho que gramar a pastilha; a coisa muda de figura no caso dos beliscões da TMN, felizmente neste caso há outros a prestarem o mesmo serviço, de maneira que escrevi-lhes uma carta de despedida, sem lágrimas derramadas, mudei-me para a Vodafone, o meu contrato e mais três contratos da família e hei-de continuar a tentar levar mais uns quantos.
Ah, eu sei, eu sei que os gatunos da TMN se estão nas tintas para mim, sei que a Vodafone – como os outros – também devem fazer coisas destas mas se a gente não faz nada quando pode, mais tramados seremos no futuro.

1 comment:

arcavelha said...

A ilustração das crónicas está atrasada...