Monday, April 07, 2008

À vontade!



Ontem, sábado, eu e a Maria fomos dar um passeio de popó até Sesimbra, a capota aberta, pelo menos a Maria foi com os cabelos a esvoaçar ao vento já que eu, para evitar que as minhas guedelhas compridas me caiam para os olhos e impeçam uma boa e segura condução, sou sempre obrigado a usar boné. Fomos cedo, saímos de casa aí por volta da uma e meia da tarde, foi logo a seguir ao pequeno-almoço, somos assim, gostamos de sair cedo para termos tempo para desfrutar do sol que dá a luz e o calor ao dia.

Demos um salto ao Cabo Espichel, apreciámos aquela bela vista e umas obras que parecem ser de reconstrução das hospedarias para os peregrinos e depois fomos comer umas amêijoas – um espectáculo – num restaurante da vila, mesmo em frente ao mar, apreciámos os praticantes de vela e, como está na cartilha, falámos dos filhos dela, das novas preocupações que eles lhe causam, enfim coisas de galinha que vê os pintos que antes abrigou nas suas asas armados em galifões de capoeira. Porque é que eles não vieram, perguntei, ao que ela respondeu, ficaram a dormir, deixa lá!

Os filhos da Maria, que já quase não querem ir com ela a parte nenhuma, não sabem o precioso tempo que andam a desperdiçar teimando em ficar na cama até às duas ou três da tarde; eu já disse à Maria que aquilo não é saudável, que ela devia obrigá-los a deitar cedo e a cedo erguer porque dá saúde e aquelas cenas todas, mas ela é mole, sempre foi, não os castigou quando eles lhe chegavam à cintura e se agarravam às suas pernas e agora bem pode torcer a orelha que não sai sangue nem eles lhe obedecem.

Fosse comigo e outro galo cantaria, sim, que eu cá não vou em cantigas nem em falinhas mansas (só em época de eleições mas já ando em tratamento) e, se eu tivesse sido ou se fosse o responsável pela educação deles, podem ter a certeza de que os putos andavam ali na ordem, direitinhos que nem uns fusos, caminhas feitas e quartos arrumadinhos, a minha roupa sempre a salvo e engomada no meu armário e não toda amarrotada no chão ou nas gavetas dos armários deles.

Se há coisa que me irrita como eu sei lá o quê, é ter que andar armado em detective a investigar o paradeiro das minhas cuecas e ir encontrá-las no meio das coisas deles, muitas vezes por baixo das calças que eles trazem vestidas, calças sempre em risco de caírem pelas pernas abaixo!

Estou farto de dizer à Maria “Ó Maria, como os estafermos dos teus filhos andam sempre com as calças pelo meio do rabo, fazes-me um favor e compra-me só cuecas com desenhos pirosos, tipo corações, patinhos, ursinhos, o emblema do Benfica ou do Sporting, coisas assim muito foleiras, para ver se eles se envergonham e, ou passam a usar as calças bem presas na cintura, ou então só usam o material deles em vez de andarem a gamar o meu”. Acham que ela me liga? O tanas, ah e tal, coitaditos, os meninos depois ficam traumatizados, disfuncionais ou coisa do género e pronto, eu lá vou aguentando e sofrendo, o que é que se há-de fazer, não é? Santa paciência!

Há outra coisa ainda mais desagradável que, por ser íntima, eu até nem ia falar nela mas enfim, já que estou num daqueles dias em que me apetece desabafar, aqui vai: como eles são maiores do que eu, muito maiores do que eu, alargam-me aquela coisa toda e depois eu sinto-me assim…hum…coiso…muito solto, mas um solto assim para o desconfortável, estão a ver? É muito chato!

2 comments:

Manuel Costa said...

É pena muita gente não ter percebido patavina...

Artur Leitão said...

Eu julgo ter percebido!
Só não percebi chamar piroso a um dos maiores símbolos de Portugal, o emblema do Benfica.
"Quem não é do Benfica, não é bom chefe de família", mas todas as regras têm excepção. È o caso!