Tuesday, November 04, 2008

Pândegos

(Harold Escalona/EPA)

Aí está ele de novo: Hugo Chavez, turista acidental, amigo de peito dos camaradas Soares e mi amigo José, em mais uma visita de negócios! Como ele tem muito petróleo e muita lata (refiro-me a paleio e não ao material das casas onde vivem milhares dos seus desgraçados apoiantes) este é o género de crápula com quem os nossos mandantes não se importam de ser vistos em público, sem embaraços de maior.

Há quem me jure que esta amizade, este apoio e atestado de credibilidade internacional, é só fachada, uma farsa montada pelos camaradas e comparsas para proteger os milhares de emigrantes portugueses que lá estão a fazer pela vida e que, sem a peça de teatro montada, ficariam expostos a terríveis consequências.

É, eu acredito que sim, até porque é essa mesma politica que os camaradas aplicam a outros países que também têm petróleo e milhares de emigrantes nossos, também eles subjugados por regimes opressivos, internacionalmente isolados, evitando insinuar uma leve critica ou um insulto que exponham os nossos compatriotas a umas valentes nalgadas. É o caso dos USA, onde a presença de milhares de emigrantes, impedem os nossos camaradas (os governantes e os amigos) de falar grosso e do alto da burra!

O Huguinho – diz ele – veio para vender petróleo a pataco e comprar bacalhau, azeite, casas e um milhão de “Magalhães”, aparelho de computação que o órgão de propaganda oficial do governo – a RTP1 – insiste em classificar como um produto genuinamente português, o primeiro portátil inteiramente português. Alertado por escritos de Pacheco Pereira, pesquisei na Internet e fui ver o telejornal das 13 horas da terça-feira da semana passada, dia 23 e fiquei com a certeza de que não foi o excesso de esparregado de nabiças do Tourigo que me pôs enjoado.
Com tão descarada propaganda, tanta insistência numa evidente mentira, parece-me que já não é a mim nem a vocês que o canal estatal quer convencer mas que são eles – os jornalistas – que precisam de ser convencidos, obrigados a acreditar na verdade oficial que lhes é distribuída por quem manda, por quem comanda e por quem puxa os cordelinhos daquela tasca.

Ou então, simplesmente, limitam-se a achar que o povo português é tão burro que já nem a aparência é preciso manter e, que se dane, afinal de contas a maior parte da malta está-se nas tintas e dependente do mesmo patrão, desde que, no fim de cada mês, o taco venha, o resto é paisagem.
Imagino-me sentado na cadeira do apresentador, minutos antes do programa ir para o ar, a passar uma vista de olhos pelo material que vou ler, a perguntar ao chefe da direcção se o que está ali escrito é mesmo verdade, ele a encolher os ombros enquanto responde: faz de conta!

No sítio da Internet do “Magalhães” informa-se que cada aparelho custa 180 euros a produzir mas que será vendido a preços que vão dos zero aos cinquenta euros, consoante os rendimentos do agregado familiar que o adquirir. Atendendo a que a birra do engenheiro é distribuir meio milhão destes aparelhos, isto quer dizer que o custo, para os contribuintes, pode variar entre 65 e 90 milhões de euros por cada meio milhão desta coisa!
Fixe! Assim, até os cerca de três mil pobrezinhos – entre amigos, artistas, jornalistas, familiares e outros necessitados – a quem a câmara municipal de Lisboa atribuiu casas, moradias, palácios, lojas e apartamentos com uma renda média de EUR 35.48, podem ter condições para comprar um “Magalhães”. Fico tão contente e tão aliviado…

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